PREFÁCIO
(*)
Neste
“Simplesmente Livre”, a poeta Vanessa Rodrigues (ela prefere ser chamada de
poetisa) exerce a liberdade poética de modo exuberante e, ao mesmo tempo,
singelo.
Em
mais de uma centena de poemas – notadamente confessionais e repletos de lirismo
–, Vanessa Rodrigues diz a que veio.
Ela
não veio revolucionar o fazer poético, promovendo inovações formais ou
experimentações sob medida. Nada disso.
Vanessa se concentra na mensagem poética, e não na maneira como essa
mensagem é levada ao leitor. Para Vanessa, o fundo se sobrepõe à forma.
Ilustra
bem o que acabamos de afirmar o poema “Meus versos”, que abre a coletânea e no
qual a poeta apresenta, sem meias palavras, sua poesia:
“Transpiram
meus versos como se fossem gotas cristalinas, /
Escorrendo
de forma macia até o clímax da minha inspiração”.
Ela
continua, inspirada: “Deslizam por florestas selvagens às margens dos rios
límpidos, / Desviam-se de abismos, precipícios, vales encantados, / Ora
alusivos e nocivos à singela paz do meu coração”.
Existe
maior prova de lirismo do que essa? Existe melhor prova de militância
sentimental? Certamente que não.
E
mais isto: “Debatem-se vorazes, sedentos da liberdade que lhes foi arrancada, /
Como se fosse crime serem livres, desregrados, incontidos e desleais”.
“Simplesmente
Livre”, portanto, constitui o testemunho vivo de que, após a sucessão dos
“ismos” a que a poesia se submeteu nas últimas décadas, ainda é possível poetar
com o coração. Com a imaginação. Na primeira pessoa do singular.
Vanessa,
que tem militado bravamente na Academia de Artes de Cabo Frio (ARTPOP), agora,
com esta obra, se compromete ainda mais com a arte, em geral, e com a
literatura, em especial.
E se
compromete como artista, com textos de grande expressividade lírica, e, como
pessoa, com o seu testemunho em favor da vida.
Assim,
não nos resta alternativa senão desejar que estes versos “sedentos de
liberdade” cumpram sua missão: emocionar o leitor.
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(*)
– A. Zarfeg, poeta e jornalista
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